quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Arrostar

Livro-me dos sapatos, e do peso que me arqueia os ombros.
Sinto a areia húmida, desejo ficar assim.
Coração vazio.
Olhos cheios, cheios de tudo e de quase nada.
Cheios de mar e de tudo o que avisto.
Ter o amor na minha mão.
Abrir os braços, deixar-me ir.
Voar com a gaivota que passa.
O frio toque da onda obriga-me a voltar.
Afinal, é sentada na areia que mais gosto de voar.
De pé, sujeito-me à realidade que tento contornar.
Do nada a resposta surge.
Pegar na vida e arrostar!

Vieira MCM

2 comentários:

Anónimo disse...

Alma poética, sem dúvida.
Sendo a vida feita de bons e maus momentos, de pequenos e grandes desafios, é preciso enfrentá-los com sabedoria e dignidade. Não aprenderiamos nada se os contornássemos.
Gosto muito do seu blog!
Um abraço
João

SiulM disse...

Muito bonito. Parabéns!