quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Olhar de Outono


Olho esta luz contida, como que por um filtro.
Quase posso sentir no rosto o seu parco calor,
Aproveito dela toda a energia, como se num único respirar fundo a pudesse levar numa viagem ao meu mais profundo ser.
Absorvo esta imensidão, guardo-a em mim.
O Outono veio tal como esperado. Os pingos de chuva escorrem cristalinos na vidraça da janela, parecem pequenas lágrimas... Talvez de velhas mágoas amorfas.
A neblina preenche o vale, vista daqui parece o mar,
Lembro-me dos sonhos nele mergulhados!
É este cíclico morrer e renascer que me traz nostalgia, talvez pelo curto período que entre eles dista.
Ou talvez porque ainda não atingi a grandeza de espírito para assentir esta dádiva com amor.
O Outono em todo o seu esplendor!

Vieira MCM