quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Mar adentro

Fixo-o.
Observo-lhe a beleza, parece desdenhar da minha imperfeição.
Ferida na minha pequenez, invejo-lhe a liberdade.
Sinto dificuldade em escrever sobre esta imagem,talvez porque através dela, por fim, entendo que a vida só pode ser uma breve passagem.
Experimento uma sincera vontade de mudança.
Abrandar o ímpeto, corrigir as acções.
Não é fácil desirmanar. Há muito que o sei!
O direito à diferença não é concedido de bom grado às minorias.
Aceito o ataque. Sozinha lamberei as feridas.
Não brindarão a minha entrega, continuarei a lutar.
Pela sua mão, volto ao lugar de onde afinal não saí.
Ele continua alí. O mar.
Grandioso diante de mim.

Vieira MCM

1 comentário:

SiulM disse...

Há ali um mar. E há outro dentro de nós. Muito bonito!