quinta-feira, 4 de junho de 2009

Malograr


Experimento a impotência das palavras, não ouvidas,
Esmagadas pela força das acções,
Num emaranhado de emoções.
Olho para trás, não destrinço a realidade da ficção.
Surgem respostas a perguntas que não fiz.
Fico incomodada. Sei não estar imune.
Vejo enrolar uma onda cheia de condutas passadas, que volta e nos pune.
Não ignoro, ferem-me as perguntas sem resposta, não sei como se faz.
Extremistas convictos da nossa razão, jamais deixaremos de amar em paz.
Pode o amor parir o ódio ou a indiferença?
Não creio, não atinjo.
Choramos por um amigo, ajudamos.
Deitamos fora o amor e uma vida porque não falamos.
Amor ou amizade, qual declinamos?
Despojamo-nos do passado.
Em nosso redor o presente desaba, tão absortos de razões, nem notamos.
Viramos costas, cravados de orgulho, feridos de morte.
Debandamos em completo desnorte.

Vieira MCM

1 comentário:

SiulM disse...

Eu sei que sabes onde estás; e sei que é fácil para ti te encontrares.